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Galeria do Centro-Oeste participa de feira de arte contemporânea em junho, em São Paulo

Representando o Centro-Oeste, a Cerrado Galeria participa pela primeira vez da ArPa Feira de Arte, que será realizada entre os dias 26 e 30 de junho, na capital de São Paulo, no Mercado Pago Hall do Mercado Livre Arena Pacaembu, patrimônio histórico paulistano. Na ocasião, a galeria levará para exposição obras das artistas Adriana Vignoli e Manuela Costa Silva, selecionadas pela curadoria de Divino Sobral.

Segundo a diretora da Cerrado Galeria em Goiânia, Júlia Mazzutti, a decisão de participar da feira reitera o posicionamento da galeria em levar artistas regionais para espaços com amplo destaque nacional. Isso se dá, sobretudo, em São Paulo, onde está concentrada a maior parte dos consumidores de arte e formadores de opinião de mercado.

“Além de possibilitar trocas imensamente significativas e sedimentar a importância econômica do setor cultural, a ArPa oferece à Cerrado uma validação com o público local, nacional e internacional, afirmando a relevância das artistas participantes em todo o país. Nossa experiência mostra que as artistas devem ser mais procuradas pelo próprio público de Goiânia após a feira”, explica Júlia.

Em sua terceira edição, a ArPa traz, neste ano, o Projeto Mandacaru, cuja missão é mapear, premiar e difundir a produção artística de minorias, ampliando a visibilidade para artistas e jovens críticos de todo o Brasil. Nesse contexto, Júlia ressalta a relevância de representar artistas que são mulheres e nativas da região central do país.

Obra Série Orto Para Uma Bio Escultura, da artista Adriana Vignoli (crédito - Jean Peixoto).

Obra Série Orto Para Uma Bio Escultura, da artista Adriana Vignoli (crédito – Jean Peixoto)


“É muito importante que a galeria destaque artistas mulheres e outras minorias, de forma que essas pessoas, antes extremamente invisibilizadas ao longo da história da arte, possam ocupar seus lugares de direito. Isso não apenas por meio do reconhecimento das artistas enquanto profissionais, mas também evidenciando suas narrativas e perspectivas, outrora quase nunca devidamente expostas”, garante a diretora da Cerrado em Goiânia.

Sobre a ArPa
A ArPa Feira de Arte prevê um evento de pré-abertura para convidados no dia 26 de junho (quarta-feira), entre 13 e 21 horas, e, depois, será aberta ao público em geral. As visitações ao Mercado Livre Arena Pacaembu, na Rua Capivari, em São Paulo (SP), estarão abertas de 27 a 29 de junho (quinta-feira a sábado), entre 13 e 21 horas, e no dia 30 de junho (domingo), entre 11 e 19 horas. A entrada se dá mediante compra de ingressos, que podem ser adquiridos no site https://arpa.art/ingressos, nos valores de R$ 60 a inteira e R$ 30 a meia.

A Cerrado Galeria estará localizada no setor Principal da feira, que reúne 41 galerias nacionais e internacionais de arte contemporânea. Este é um dos cinco setores que compõem a organização da ArPa. Os visitantes também terão acesso aos setores Base, Arte em Campo, Satélite e Uni, que incluem obras como grandes esculturas, produções de arte audiovisual e estandes solos de artistas sobre questões atuais.

Obra Boavá, da artista Manuela Costa Silva (crédito - Divulgação Cerrado Galeria)

Obra Boavá, da artista Manuela Costa Silva (crédito – Divulgação Cerrado Galeria)

Sobre Adriana Vignoli

Adriana Vignoli, natural de Brasília (DF), cidade em que vive e trabalha, é formada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de Brasília (UnB) e, atualmente, realiza Master of Fine Arts (MFA) no School of the Art Institute of Chicago (SAIC). A artista já participou da Residência Artística Internacional no Pivô Arte e Pesquisa, em São Paulo, foi selecionada para a Residência Artística Internacional no Hangar, em Lisboa, Portugal, e recebeu o Prêmio Nacional de Exposições do Tribunal de Contas da União (TCU), em Brasília, entre diversas outras premiações obtidas ao longo de sua carreira.

Por meio de diferentes mídias, como a escultura, o desenho, a fotografia e a programação digital, a artista investiga possíveis coexistências entre múltiplos seres vivos e ecossistemas, ao propor encontros entre a matéria da escultura e a energia vegetal. Interessa a ela pensar a escultura não apenas como forma, mas, sobretudo, como fluxo energético. Nas obras que serão exibidas na ArPa, Adriana destaca a série de fotografias “Boca da Noite”, que será apresentada em São Paulo pela primeira vez.

“É uma produção feita em 2021, em parceria com o fotógrafo Diego Bresani. O processo de criação é de extrema delicadeza, pois manifesta-se num encontro espiritual entre elementos da escultura e da natureza. Tudo aqui é real, o desejo do encontro e a existência do ambiente que se manifesta no início da noite numa mata ciliar do Cerrado. Me interessa aquilo que não é visível, mas encontra-se presente. O conjunto de imagens foi feito com uma máquina de grande formato e a qualidade de impressão desta fotografia analógica é impressionante”, salienta.
A artista também enfatiza a grande oportunidade que a ArPa proporciona de apresentar sua recente produção ao mercado nacional. “O evento exprime, sobretudo, o arranjo curatorial pensado por Divino Sobral e pela Cerrado Galeria para o encontro das minhas obras com as de Manuela Costa Silva. Com isso, a Cerrado está impulsionando a visibilidade da expressão artística de duas artistas do Centro-Oeste para o Brasil”, afirma.

Sobre Manuela Costa Silva

Manuela Costa Silva, por sua vez, aponta que apresentar o resultado da pesquisa de produção poética é sempre uma etapa essencial do processo de criação, “afinal, é assim que a obra, por fim, se realiza, com a soma do outro”.

A artista diz que a participação na ArPa promove o reconhecimento de sua produção artística. “A Cerrado Galeria foi fundamental para proporcionar essa importante oportunidade em minha carreira, oferecendo estrutura para que meus trabalhos possam alcançar colecionadores, curadores, artistas, instituições e o público em geral”, assegura.

Nascida em Goiânia e com bacharelado em Artes Visuais pela Faculdade de Artes Visuais da Universidade Federal de Goiás (UFG) desde 2018, Manuela já atuou como artista residente do ateliê Sertão Negro, do artista visual Dalton Paula, em Goiânia, foi premiada no 26º Salão Anapolino de Arte e realizou duas exposições individuais no Centro Cultural Octo Marques, em Goiânia. Sua prática artística dilui a fronteira entre o real e o irreal por meio de fotografia, vídeo, instalações, objetos, escrita, desenhos e pintura.

Para a ArPa, Manuela expõe obras que advêm de sua recente produção devotada ao processo de recriação de uma mitologia contemporânea em torno da serpente. “Acredito nesse ente – que reúne em si cargas simbólicas muito profundas – e em sua potência de discursos e narrativas que atravessam o mágico, o onírico e o ancestral com as questões de gênero, identidade e sexualidade. Os resultados desse processo poético estão materializados em pintura, vídeo, desenhos e cerâmica”, explica a artista.

Sobre a Cerrado Galeria

Fundada pelos empresários Lucio Albuquerque, Antônio Almeida e Carlos Dale em 2023, a Cerrado Galeria tem como intuito refletir o mundo a partir do Centro-Oeste do Brasil. Sua criação une mais de 30 anos de experiência e tem o objetivo de impulsionar a expansão da arte no território brasileiro, promovendo o cenário artístico regional.

Assim como homenageia em seu nome o bioma da região onde está, a galeria destaca questões que envolvem ecologia, processos históricos e sociedade, evidenciando diversas manifestações culturais.
Para isso, a galeria promove mostras individuais e coletivas, conversas públicas, ações educativas e outras atividades voltadas ao desenvolvimento da produção e do mercado de arte na região, assim como sua circulação e presença no Brasil e no mundo. Em Goiânia, a Cerrado Galeria ocupa a casa modernista projetada por David Libeskind na Rua 84, no Setor Sul, conservando azulejos originais que são um marco da arquitetura goiana. Já em Brasília, há uma unidade no Lago Sul, mesma região que receberá, em breve, um novo espaço da Cerrado Galeria.

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