Quanto custa instalar sistema de reaproveitamento de águas da chuva em casa?
Segundo estudo do Instituto Trata Brasil, o Brasil desperdiça 39,2% de toda a água potável que é captada. O desperdício acontece em diversas pontas, por diversos motivos, mas as falhas no sistemas de saneamento, como vazamentos, usos inadequados e até roubo deste recurso finito e indispensável à vida é tão essencial à saúde de todo o ecossistema do planeta. Todos podem e devem contribuir com a redução dos desperdícios, seja nas empresas públicas ou privadas e até nas próprias residências.
Uma forma de contribuir para a preservação deste recurso tão precioso é fazer o reúso da água ou o reaproveitamento de água da chuva. O reaproveitamento do recurso natural é tão importante que o Brasil aprovou recentemente a Lei nº 14.546, de 04/04/2023, que obriga a União a adotar medidas para prevenir o desperdício de água e estimular o reúso, de águas das chuvas e as cinzas, em novas construções e nas atividades paisagísticas, agrícolas, florestais e industriais. A fim de contribuir para a ampliação dessa prática sustentável, a rede de materiais de construção do Grupo Soares, a Irmãos Soares, está orientando os consumidores quanto às opções de sistemas de reaproveitamento de água das chuvas.
“Muitos consumidores desconhecem que há opções mais simples de sistemas que podem ser incluídos na casa, usando apenas calhas, encanamento, reservatório e mangueiras, com custos bem acessíveis, que podem variar de acordo com o tamanho da casa e a altura do pé direito”, explica a arquiteta Barbara Gomes, da rede de lojas de materiais de construção Irmãos Soares.
De acordo com a arquiteta, é possível que o próprio morador adquira os materiais necessários e faça a implantação na residência, especialmente para uso mais imediato e para lavagem de carro, limpeza ou manutenção das plantas. “Neste caso, o reservatório pode ser simples. A água é captada dos telhados, via calhas, e direcionada para um reservatório, através de tubulação. Uma mangueira é conectada e já pode ser feito o aproveitamento”, destaca ela. Para se ter uma ideia, segundo levantamento de Bárbara, o Kit Mini Cisterna de 240 litros, com filtros; mais dois metros de canos de PVC com 200mm para conexão e a mangueira elástica de 15 metros, custam uma média de R$ 557, no momento. Um custo adicional seria o da instalação das calhas, caso a pessoa não tenha esse item já instalado em casa.
Para quem deseja armazenar a água por mais tempo, a sugestão é investir em um filtro para remoção de impurezas; ter um reservatório subterrâneo ou cisterna, uma bomba para direcionamento do líquido para uma caixa d’água específica, geralmente acima da casa, de onde será feito o direcionamento para os locais de uso.
A arquiteta lembra que, com a implantação de um sistema de reaproveitamento, as famílias podem fazer a sua parte para ajudar o meio ambiente e ter alternativas para o abastecimento doméstico em períodos de estiagem. “A economia pode chegar até a metade da conta de água”, destaca ela.
Para acertar na implantação do sistema veja as dicas da arquiteta Bárbara Gomes:
1- Escolha os melhores materiais para o sistema de captação de água da chuva é crucial para garantir a eficiência, durabilidade e segurança do sistema:
- Telhado: Prefira telhas de cerâmica, concreto, metal (como aço galvanizado ou alumínio) ou fibrocimento, essa, inclusive contribui com leveza na instalação e repele a água, diminui o acúmulo de resíduo, facilitando a filtragem. Esses materiais são duráveis e não liberam substâncias tóxicas na água.
- Calhas: Prefira as de PVC, alumínio ou aço galvanizado. Esses materiais são resistentes à corrosão e de fácil manutenção. Materiais que enferrujam facilmente devem ser evitados, como ferro não tratado, ou que possam se degradar rapidamente.
- Tubulações: As de PVC ou polietileno de alta densidade (PEAD) são amplamente utilizadas devido à sua durabilidade, resistência à corrosão e facilidade de instalação.
- Reservatório: Busque os de concreto armado, polietileno ou fibra de vidro. Esses materiais são duráveis e resistentes e não enferrujam.
- Filtros: Esses podem ser tipo Tela/Grelha, Filtros de Areia e Carvão Ativado, Filtros de Membrana e UV.
- Bombas: Bombas submersíveis ou centrífugas feitas de aço inoxidável ou plástico resistente à corrosão, com motores selados para evitar infiltração de água.
2 – Atenção aos cuidados para evitar contaminação da água
- Instalação de Filtros: Colocar filtros na entrada do reservatório para remover folhas, detritos e outras impurezas.
- Manutenção Regular: Limpeza periódica do reservatório e do sistema de captação para evitar acúmulo de sujeira e contaminação.
- Tratamento da Água: Uso de tratamentos químicos (como cloro) ou físicos (como radiação UV) para desinfetar a água.
- Proteção contra Animais: Garantir que o reservatório esteja bem fechado para impedir a entrada de insetos, roedores e outros animais.
- Monitoramento da Qualidade da Água: Se for utilizar a água para lavagem de roupas e demais atividades no lar, realize testes periódicos da qualidade da água para garantir que esteja segura para uso.
- Boa Estruturação do Telhado e Calhas: As superfícies que captam a água devem estar limpas e em bom estado para evitar a contaminação inicial da água da chuva.