Cidades

Procurador da Alego é preso em operação que investiga desvio de R$ 350 milhões

Polícia Civil apreende R$ 190 mil na casa do servidor e aponta uso ilegal de dados da Receita Estadual para aplicar golpes tributários em Goiás

A Polícia Civil de Goiás prendeu, nesta terça-feira (20), cinco pessoas acusadas de integrar um esquema de fraude tributária que movimentou cerca de R$ 350 milhões ao longo de cinco anos. Entre os detidos está um procurador da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), que guardava aproximadamente R$ 190 mil em espécie em sua residência.

Além do procurador, a operação prendeu um auditor fiscal da Secretaria da Economia, uma tabeliã, o marido dela e um advogado. De acordo com as investigações, o grupo acessava ilegalmente dados da Receita Estadual para captar vítimas e aplicar golpes por meio de falsas assessorias tributárias.

O delegado Bruno Barros Ferreira, responsável pela operação, explicou que os suspeitos usavam as informações obtidas para manipular impostos e desviar recursos. “Até agora, identificamos 15 vítimas, e uma delas relatou um prejuízo de R$ 17 milhões”, afirmou. Segundo ele, os investigados movimentaram R$ 54 milhões apenas entre contas pessoais e jurídicas vinculadas ao grupo.

Esquema

As ações da quadrilha ocorriam inclusive dentro da estrutura da Alego. A Polícia Civil cumpriu 15 mandados de busca e apreensão em Goiânia, Acreúna, Edéia, Paraúna e Goianésia. Com o sequestro de bens e valores que somam mais de R$ 5,3 milhões, além do afastamento dos sigilos bancário e fiscal dos envolvidos. 

A Polícia Civil apura a prática dos crimes de associação criminosa, estelionato, falsificação de documento público. E ainda podendo ser indiciados por, falsidade ideológica, uso de documento falso, corrupção passiva, corrupção ativa e extorsão.

Após a prisão do servidor, a Secretaria da Economia de Goiás divulgou nota afirmando que acompanha o caso e poderá adotar medidas administrativas. O Sindicato dos Funcionários do Fisco do Estado de Goiás (Sindifisco-GO) também se manifestou, informando que acompanha os desdobramentos por meio de seu departamento jurídico, e ressaltou a importância do devido processo legal e da presunção de inocência.

A reportagem do Portal Cerrado procurou a Assembleia Legislativa de Goiás para saber qual será o posicionamento da Casa e se o procurador permanecerá no cargo, mas até a publicação desta matéria não obtivemos respostas. 

(A estudante de jornalismo Renata Ferraz é orientada pelo jornalista Thyago Humberto, editor do Portal Cerrado Notícias)

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