Bolsonaro diz que OMS incentiva masturbação e homossexualidade, mas apaga post
O presidente Jair Bolsonaro acusou a OMS (Organização Mundial da Saúde), na noite desta quarta-feira (29 de abril), em suas redes sociais, de incentivar a masturbação e a homossexualidade de crianças. Após publicar, Bolsonaro recuou e apagou o post, mas vários internautas tinham feito um print da publicação:
“Essa é a Organização Mundial da Saúde (OMS) que muitos dizem que eu devo seguir no caso do coronavírus. Deveríamos então seguir também diretrizes para políticas educacionais?” Satisfação e prazer ao tocar o próprio corpo (masturbação); expressar suas necessidades e desejos por exemplo, no contexto de ‘brincar de médico’; as crianças têm sentimento sexuais mesmo na primeira infância. Uma identidade de gênero positiva; gozo e prazer ao tocar o próprio corpo, masturbação na primeira infância; relações entre pessoas do mesmo sexo”.
De acordo com uma reportagem da UOL, o texto citado por Bolsonaro existe, porém é direcionado a pais e mães, não às crianças:
“O guia citado por Bolsonaro realmente existe e foi publicado em 2010 pelo Centro Federal de Educação em Saúde da Alemanha, em conjunto com o escritório europeu da OMS. O texto, porém, não é dirigido às crianças, e sim aos pais, com o objetivo de ajudá-los na educação de seus filhos. Segundo a OMS, crianças de 2 e 3 anos são curiosas em relação aos seus próprios corpos. Elas começam a perceber que são diferentes de outras crianças e dos adultos e a ter noção do que é ser menino ou menina. Por isso, é mais ou menos nesta fase que também desenvolvem sua identidade de gênero”.