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Ação solidária em abrigo em comemoração ao Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez

No dia 9 de novembro, a Associação Goiana de Otorrinolaringologia promoverá uma importante ação solidária no Abrigo São Vicente de Paulo, em Goiânia. A iniciativa faz parte das atividades de conscientização pelo Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez, celebrado em 10 de novembro.
Durante a campanha, aproximadamente 35 idosos serão submetidos a exames de audiometria, realizados em uma cabine instalada no local, com o objetivo de identificar casos de perda auditiva.

Os idosos diagnosticados com surdez receberão aparelhos auditivos doados por empresas parceiras.
Segundo o Dr. Pedro Ivo Machado, presidente da Associação Goiana de Otorrinolaringologia, essa ação visa não só incentivar o diagnóstico precoce da surdez, mas também a conscientização sobre a importância do tratamento adequado da perda auditiva, que muitas vezes passa despercebida ou não é tratada corretamente, especialmente entre os idosos.

Prevalência da surdez

A perda auditiva é uma condição altamente prevalente e afeta pessoas de todas as idades. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 20% da população mundial, o que corresponde a mais de 1 bilhão de pessoas, tem algum grau de perda de audição.
No Brasil, estima-se que cerca de 10 milhões de pessoas, ou 5% da população, convivem com algum tipo de perda auditiva.

“A surdez refere-se a qualquer grau de limitação auditiva, não apenas à perda total da audição. Qualquer pessoa com limiares auditivos piores do que 20 db, em frequências entre 500Hz e 8000Hz, já é considerada como tendo perda de audição”, explica o Dr. Pedro Ivo.
A perda auditiva pode ser classificada em diferentes graus: leve, moderada, severa ou profunda. “A partir do grau moderado, essa condição já impacta de forma significativa nas atividades diárias do indivíduo, inclusive no rendimento escolar das crianças”, destaca o médico.

Sinais de alerta em idosos

Em muitas ocasiões, a perda auditiva avança de forma silenciosa, sendo percebida apenas em estágios mais avançados, especialmente nos idosos. Entre os principais sinais de alerta estão a dificuldade em compreender a fala — o famoso “escuto, mas não entendo” — e o hábito de aumentar excessivamente o volume da televisão ou rádio.

“É muito comum que familiares notem esses sinais antes do próprio indivíduo, especialmente no caso de idosos. Por isso, é fundamental que, ao perceber essas dificuldades, a família incentive a avaliação auditiva”, reforça o presidente da Associação.

Surdez na infância e adolescência

A perda auditiva também pode afetar crianças e adolescentes, muitas vezes comprometendo o desenvolvimento da fala e o desempenho escolar. Para detectar a perda auditiva o mais cedo possível, a triagem auditiva neonatal, conhecida como Teste da Orelhinha, é essencial. “Este exame, obrigatório por lei para todos os recém-nascidos no Brasil, deve ser realizado até os 30 dias de vida e permite identificar possíveis problemas auditivos logo nos primeiros dias de vida. Em caso de falha no teste, é fundamental que a criança seja encaminhada para exames complementares com um otorrinolaringologista”, explica o Dr. Pedro Ivo Machado.

Além disso, é recomendável que todas as crianças realizem pelo menos uma audiometria ao iniciarem a fase de alfabetização, garantindo que sua audição esteja em boas condições para o aprendizado. “Crianças que apresentam dificuldade de aprendizado ou atraso no desenvolvimento da fala devem ser avaliadas com atenção, pois esses fatores podem indicar algum grau de perda auditiva. Um diagnóstico precoce é essencial para evitar prejuízos no desenvolvimento escolar e social”, completa o especialista.

Surdez como fator de risco para demência

Pesquisas recentes têm mostrado que a perda auditiva, especialmente entre idosos, está diretamente associada a um maior risco de comprometimento cognitivo e desenvolvimento de demência. “Hoje, já sabemos que a perda auditiva é um fator de risco modificável para o desenvolvimento de demência”, afirma o Dr. Pedro Ivo. “Quando a perda de audição não é tratada, o indivíduo tende a se isolar socialmente, diminui a prática de atividades físicas e pode enfrentar maiores dificuldades no trabalho e na vida cotidiana.”

Outro fator relevante é a sobrecarga cognitiva: quando uma pessoa tem dificuldade para ouvir, ela precisa se esforçar mais para compreender as conversas. Esse esforço adicional, ao longo do tempo, pode levar ao comprometimento do sistema nervoso, aumentando o risco de problemas cognitivos. “É por isso que a detecção precoce e o uso de aparelhos auditivos, quando necessários, são essenciais para melhorar a qualidade de vida e prevenir problemas de saúde mais graves no futuro”, conclui o Dr. Pedro Ivo.

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