Caiado é condenado por Justiça Eleitoral e Sandro Mabel é cassado
TRE-GO condena governador e prefeito eleito de Goiânia por eventos eleitorais no Palácio das Esmeraldas
A 1ª Zona Eleitoral do Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO) determinou, em decisão de primeiro grau, a inelegibilidade por oito anos do governador Ronaldo Caiado (União Brasil) por abuso de poder político nas eleições municipais de 2024. A juíza Maria Umbelina Zorzetti apontou que Caiado utilizou o Palácio das Esmeraldas, sede do governo, para promover eventos de campanha em favor de Sandro Mabel (União Brasil), prefeito eleito de Goiânia. A magistrada também pediu a cassação de Mabel e de sua vice, Coronel Cláudia (Avante), que teriam sido beneficiados pelas reuniões realizadas com lideranças políticas. Embora a decisão ainda caiba recurso ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Mabel poderá assumir o cargo, pois a perda do mandato só ocorre após o trânsito em julgado do processo.
Entre as provas apresentadas, destacaram-se registros de jantares promovidos entre 7 e 9 de outubro no Palácio das Esmeraldas, onde foram servidos alimentos e bebidas em um ambiente preparado com decorações, segundo os autos do processo. A juíza argumentou que tais eventos configuram uso irregular de bem público, além de envolverem serviços de funcionários do governo. Imagens e falas atribuídas a Caiado indicam que os encontros tinham cunho eleitoral, com mensagens incentivando o apoio a Mabel e destacando o apoio do governador ao candidato. Ações como estas foram interpretadas pela Corte como desequilíbrio no pleito, comprometendo a lisura das eleições e favorecendo o grupo de Caiado.
A defesa dos condenados negou qualquer irregularidade, alegando que os encontros foram institucionais e destinados a parabenizar os eleitos, discutir estratégias para Goiânia e fortalecer o diálogo entre Executivo e Legislativo. Sandro Mabel declarou que as reuniões não tinham relação com o segundo turno, enquanto Caiado afirmou que as atividades não configuravam desvio de finalidade. No entanto, o Ministério Público havia sustentado a existência de abuso de poder, tese acatada pela magistrada. O advogado de Fred Rodrigues (PL), adversário de Mabel no segundo turno, elogiou a decisão como robusta e bem fundamentada, reiterando o desequilíbrio gerado pelos atos do governador.
(A estudante de jornalismo Brenda Magalhães é orientada pelo jornalista Thyago Humberto, editor do Portal Cerrado Notícias)