O presidente Jair Bolsonaro participou neste domingo (três de maio), em Brasília, de um ato de seus apoiadores que gritavam contra o STF e Congresso. A participação de Bolsonaro foi entendida por autoridades políticas como uma atitude antidemocrática. Bolsonaro chegou a dizer que estava com o apoio das Forças Armadas:
“Nós temos o povo ao nosso lado, nós temos as Forças Armadas ao lado do povo. Chegamos ao limite, não tem mais conversa”.
O colunista do UOL Chico Alves falou com alguns generais e ouviu que eles não estão em nenhum momento participando dessas ações de Bolsonaro. O general Maynard Santa Rosa, que até novembro era o responsável pela Secretaria de Assuntos Estratégicos do governo federal, disse que o momento é de reflexão, não precipitação:
“Ele (presidente) tem apoio popular, como demonstrado hoje. Mas as Forças Armadas são conscientes da sua missão constitucional. O momento merece equilíbrio e reflexão, não precipitação”.
Outro general que discordou da postura de Bolsonaro, e foi até mais ríspido em suas declarações, foi Paulo Chagas. O general chegou a dizer que não vê nenhuma possibilidade de golpe e disse que Bolsonaro está enganado:
“O presidente está enganado, está interpretando do jeito que ele quer. As Forças Armadas jamais vão entrar numa aventura. O povo está dividido, o Brasil quer que cada um faça sua parte de forma responsável”.
O também General Peternelli, que é deputado federal pelo PSL-SP, diz ter certeza que as Forças Armadas não agirão fora da legalidade.
“[As Forças Armadas] trabalham sempre dentro das normas constitucionais. Às vezes me ligam também perguntando se vai haver um golpe contra o presidente. Nem uma coisa e nem outra”.
