Damares diz que a criança estuprada no ES devia ter feito uma cesárea para salvar o bebê
A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, disse em entrevista ao programa de Pedro Bial, na TV Globo, na madrugada desta sexta-feira (18 de setembro), que a criança de 10 anos que foi estuprada pelo tio no Espírito Santo devia ter feito uma cesárea e não ter feito o aborto.
De acordo com Damares, seria possível esperar mais duas semana e realizar uma cesárea na criança, assim o bebê podia sobreviver:
“Os médicos do Espírito Santo não queriam fazer o aborto, eles estavam dispostos a fazer uma antecipação de parto. Seriam mais duas semanas, não era ir até o nono mês, a criança [não iria] ficar nove meses grávida. Mais duas semanas e poderia ter sido feito uma cirurgia cesárea nessa menina, tiraria a criança, colocaria em uma incubadora e se sobrevivesse, sobreviveu. Se não, teve uma morte digna.”
Existem investigações de dois assessores de Damares que são acusados de serem os responsáveis pelo vazamento de endereço e identidade da criança vítima do estupro, porém a ministra diz que acredita que eles são inocentes. À época do procedimento de aborto, autorizado pela justiça e permitido pela legislação brasileira, vários religiosos foram para a frente do hospital, em Recife, que seria realizado o aborto agredir os profissionais de saúde e o médico responsável pelo procedimento. Estes religiosos queriam que a criança continuasse com a gravidez.
Pelas redes sociais a extremista Sara Winter divulgou o endereço, identidade da criança e endereços do hospital em Recife. Muitos profissionais de saúde, naquele momento, criticaram a atitude dessas pessoas quererem obrigar uma criança estuprada a levar uma gravidez adiante.