O deputado estadual bolsonarista Douglas Garcia (PTB-SP) reconheceu à Justiça de São Paulo que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) entregou um dossiê ao governo dos Estados Unidos que continha os nomes de aproximadamente mil pessoas interpretadas pelo filho do presidente como sendo pessoas antifascistas.
A confissão de Douglas ocorreu em um processo no qual ele foi condenado por danos morais contra uma mulher que teve seu nome incluído no suposto dossiê e que, portanto, o processou. No despacho a defesa de Douglas informa que foi Eduardo Bolsonaro quem foi à Embaixada americana entregar o documento:
“O Requerido nunca fez nenhum protocolo na Procuradoria Geral da República. E o protocolo junto à Embaixada dos Estados Unidos foi feito pelo Dep. Eduardo Bolsonaro Federal, motivo pelo qual não possui comprovantes, devendo ser oficiado seu Gabinete para que o encaminhe.”
Este dossiê entregue por Eduardo Bolsonaro à Embaixada dos Estados Unidos teria 56 páginas e reuniria várias características das pessoas citadas, como nomes, fotos e informações pessoais de aproximadamente mil militantes antifascistas.
O Ministério da Justiça também teria realizado um outro dossiê, como informou o jornalista Rubens Valente, listando quase 600 nomes de servidores públicos igualmente chamados de antifascistas. Entre os nomes há policiais e professores. O STF pediu explicações ao ministro André Mendonça sobre o dossiê, que seria ilegal, mas o ministro se recusou a oferecer estas informações.
