Uma visita do vereador eleito por Goiânia do PL Major Vitor Hugo e do vice-governador Daniel Vilela ao ex-presidente da República Jair Bolsonaro criou um clima de tensão no PL goiano. Inclusive fala-se em expulsão de Vitor Hugo da legenda.
Advogados eleitoralistas foram ouvidos pelo Cerrado Notícias para explicarem se, diante dessas informações, há elementos comprobatórios para expulsão de Vitor Hugo. Para o advogado Rafael Gonzaga, somente essa visita não seria suficiente para uma expulsão.
Foto: advogado eleitoralista Rafael Gonzaga.
“Essa visita foi consentida pelo presidente nacional do partido, que foi o Valdemar, e pelo Bolsonaro. Então, já começamos aí. O diretório municipal, em nenhum momento, fez encaminhamento aos filiados falando dessa proibição e que o PL em Goiás seria oposição ao governo Caiado e ao MDB. Mas, de toda forma, eles abriram um processo de expulsão para ele. Ele tem direito de defesa e contraditório. O partido vai ter que demonstrar os motivos. E nesse caso específico, eu acho muito difícil, porque é o seguinte, ele não foi contra nenhuma diretriz do partido”, sublinha Rafael Gonzaga.
Também ouvido pela reportagem, o advogado Welmes Marques entende que o fato de Vitor Hugo dialogar com outros líderes doutras legendas, não fere, apenas isso, as normas do PL para resultar em expulsão.
“Existem alguns casos de expulsão partidária, quando os membros do partido desobedecem às normas internas, ou quando eles descumprem princípios ideológicos do partido, ou quando tem comportamentos considerados prejudiciais em margens aos objetivos do partido. Essas são as causas que podem resultar em expulsão. No caso do Vitor Hugo, esse comportamento dele que eles estão falando que é antiético ele pode ter certo fundamento porque o membro do partido tem pretensão em 2026, porém pode ser questionado também porque ainda não estamos no processo eleitoral e o simples fato do Vitor Hugo estar dialogando com outros membros partidários de partidos diversos, na minha concepção não tem fundamento para poder expulsá-lo”, completa Welmes.
Foto: advogado eleitoralista Welmes Marques.
Ainda nesta quarta-feira 18, o vice-governador de Goiás, Daniel Vilela (MDB), posicionou-se sobre a polêmica gerada após encontro com o ex-presidente Jair Bolsonaro, articulado por Major Vitor Hugo. A visita, que segundo o emedebista, teve como objetivo discutir cenários para o futuro político de Goiás e do país, foi alvo de uma nota de repúdio publicada pela direção estadual do PL. Para Daniel, a reação foi exagerada e desnecessária.
