O presidente da Federação das Indústrias de Goiás e ex-deputado federal por Goiás, Sandro Mabel, foi alvo de mandados de busca e apreensão cumpridos pela Polícia Federal nesta terça-feira (15 de setembro) durante a realização da operação Tokens, que investiga fraudes em certificados digitais de fiscais e gestores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Sandro Mabel teria uma propriedade no município de Canabrava do Norte (MT) e foi alvo de mandado judicial em Goiânia. Procurada, a Fieg disse que não vai se manifestar sobre a operação.
Foram expedidos cinco mandados de prisão para cumprimento em Goiás. A PF informou que os alvos são integrantes de dois “núcleos”: os falsificadores e os estelionatários. Segundo a investigação, eles criaram um esquema para beneficiar donos de terras que eram embargadas na região da Amazônia Legal.
A PF ainda não informou se os cinco mandados de prisão foram cumpridos em Goiás, os supostos presos estariam em Goiânia e Aparecida de Goiânia. Há busca e apreensão também em Caldas Novas (GO). Além de Goiás, a operação ocorre também em Tocantins, Minas Gerais, Mato Grosso, Pará, Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo e Distrito Federal. A polícia não divulgou os nomes do investigados.
Segundo a PF, os presos tinham como função falsificar documentos de verdadeiros servidores do Ibama e depois obter certificados digitais (tokens) para desembargar propriedades autuadas e emitir certidões negativas. Com isso, essas fraudes beneficiariam propriedades rurais no Pará e Mato Grosso.
Se condenados, os envolvidos podem responder por crimes contra o meio ambiente, estelionato, uso de documento falso, alteração de sistemas de dados, descumprimento de ordens de embargos, prevaricação e corrupção. Além de multa, eles podem pegar até 12 anos de prisão. Os prejuízos causados neste esquema seriam de R$ 150 milhões.
Procurado pela imprensa, Sandro Mabel não quis falar sobre o assunto.
