Hospitais alertam para impactos financeiros em decorrência do piso dos enfermeiros

Em carta aberta divulgada hoje, a Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) e o Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás (Sindhoesg) alertam sobre o impacto financeiro da aplicação deste piso, que pode levar a demissões não só na área da enfermagem, como provocar o fechamento de leitos e até inviabilizar o funcionamento de hospitais.
Em média, a aplicação do piso para enfermeiros e técnicos vai gerar um aumento de cerca de 40% na folha de pessoal dos hospitais, que continuarão com suas receitas inalteradas e sem condições de absorver esse impacto nos custos.
A expectativa da Ahpaceg e do Sindhoesg é que haja um acordo com o Sindicato que representa os profissionais de enfermagem para sanar esse impasse.
CARTA ABERTA: Piso da Enfermagem – Essa conta precisa fechar
A valorização dos profissionais que atuam em nossos hospitais é um dos pilares do trabalho dos associados da Ahpaceg e dos filiados do Sindhoesg, pois entendemos que quem cuida da saúde precisa ser bem cuidado.
E esse cuidado incluiu uma remuneração justa pelos serviços prestados.
Porém, enfrentamos um grande dilema neste momento com a aprovação do piso salarial dos profissionais de enfermagem.
A importância destes colaboradores nas nossas instituições é inegável, contudo a aplicação do piso aprovado põe em risco a sobrevivência dos hospitais, que seguem com sua receita inalterada, mas terão um impacto expressivo em sua folha de pessoal, chegando a superar a casa de R$ 1 milhão mensal em algumas instituições.
Não temos condições de aumentar a nossa fonte de custeio para fazer frente a esse pagamento.
Basta citar que um dos nossos maiores compradores de serviços – Unimed Goiânia – alega prejuízos que o impedem de honrar reajustes contratuais.
Com a vigência do piso, teremos o fechamento de leitos, redução de atendimentos e, inevitavelmente, demissões de colaboradores da enfermagem e de outras áreas, que também serão impactados.
A garantia da sustentabilidade dos hospitais nos exigirá a dura tarefa de escolher quem demitir.
Não estamos sendo alarmistas nem insensíveis a um sonhado direito dos profissionais de enfermagem, mas essa conta precisa fechar.
Esperamos chegar a um acordo viável para todas as partes e necessário para a sobrevivência da rede privada e a manutenção da assistência que prestamos a grande parte da população goiana.