Cidades

Justiça de Goiás bloqueia R$ 100 mil de coronel acusado de ordenar escolta policial de carga particular

Via G1 Goiás

A Justiça de Goiás determinou o bloqueio de R$ 100 mil do coronel da Polícia Militar Luiz Antônio Raíza em Formosa, no Entorno do Distrito Federal. Segundo a medida cautelar, o objetivo é garantir que a administração pública receba uma multa caso o policial seja condenado por ordenar que a PM fizessem uma escolta de carga particular do policial.

A decisão foi assinada pelo magistrado Rodrigo Victor Foureaux Soares na terça-feira (11). No documento, ele reconheceu a necessidade de bloqueio do valor com base no pedido do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO). No processo, o órgão pede que o acusado pague multa de ao menos R$ 30 mil pela improbidade mais R$ 50 mil por dano moral coletivo.

Até a publicação desta reportagem, o G1 não conseguiu identificar quem é responsável pela defesa do coronel para pedir um posicionamento sobre a medida cautelar.

A reportagem contatou a assessoria da PM às 8h51 para saber se a corporação quer comentar o caso e aguarda retorno.

O processo civil do MP contra o comandante trata da investigação de uma escolta feita por policiais militares em benefício do próprio coronel.

Segundo a apuração do órgão feita pela Operação Arca de Noé, os PMs escoltaram uma carga de três toneladas de farelo de soja e aveia para a fazenda do próprio comandante, com auxílio de um bicheiro.

Em julho deste ano, o coronel foi afastado do cargo de comandante da Regional de Formosa, que ocupava até então. Em um áudio atribuído ao policial, são feitas ameaças e o locutor diz que vai “ pegar um por um dos que fizeram isso”.

“Formosa não tem coronel bandido, tem caçador de bandido. Eu vou pegar um por um dos que fizeram isso. Podem comemorar agora. Eu dei uma mexida com alguns bandidos, esses sim. Bandido age é assim, na surdina, na escuridão, por trás”, disse.

À época, a PM afirmou que o afastamento do coronel ocorreu para “garantir uma apuração isenta e transparente”.

O homem suspeito de ser o bicheiro foi preso em flagrante durante a Operação. Segundo as apurações do MP, ele teria “negócios” com o coronel e o teria ajudado no transporte da carga.

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