Justiça decide soltar professor negro acusado de sequestro e roubo injustamente

A Justiça de São Paulo atendeu ao pedido da defesa e concedeu nesta quarta-feira 17 um habeas corpus para libertar um professor negro preso acusado de sequestrar e roubar uma idosa em Iguape, município do litoral paulista, no ano passado.
Clayton Ferreira Gomes alega inocência. Além disso, a escola onde o professor de educação física trabalhava à época informou que ele dava aulas para alunos na capital paulista no momento em que ocorria os crimes. Sendo, portanto, impossível estar ao mesmo tempo em dois lugares distantes 200 quilômetros um do outro.
A expectativa dos advogados é a de que o professor seja libertado até está quinta-feira 18, quando o alvará de soltura deverá chegar à Polícia Civil. Foi ela, a polícia de São Paulo, quem prendeu o professor de educação física na terça 16 em cumprimento a um mandado judicial de prisão temporária contra ele.
Até à última atualização desta reportagem, o educador continuava detido.
“Concedo a liminar pretendida e determino a expedição de alvará de soltura”, continuou o magistrado, que criticou a polícia por ter pedido à Justiça a prisão temporária do professor baseando-se apenas no reconhecimento fotográfico dele.
A vítima do sequestro e roubo em Iguape é uma aposentada de 73 anos que havia reconhecido Clayton na polícia da cidade litorânea, por fotografia, como uma das três pessoas que roubaram R$ 11 mil dela em 31 de outubro de 2023 na Avenida Adhemar de Barros, no Centro.
Mas, de acordo com a Escola Estadual Deputado Rubens Amaral, na zona sul de São Paulo, Clayton estava dando aulas de educação física no mesmo horário e dia em que ocorreram os crimes. A escola fica na Rua Filipe Cardoso, no Jardim da Saúde.
Clayton, que tem 40 anos, não dá mais aulas nessa escola, na capital, que fica distante a mais de 3 horas de viagem do local no litoral onde a idosa contou ter sido abordada por um homem e duas mulheres que estavam num Chevrolet Celta preto. O motorista era um homem negro, de acordo com a vítima. Ela se identificou como sendo parda.