Marcas do atraso: violência contra a mulher cresce
Goiás é o 3º no ranking nacional de feminicídio. 1,6 mi de mulheres foram espancadas nos últimos 12 meses. 22 mi sofreram um tipo de assédio
Por Renato Dias
Levantamento realizado pelo Datafolha, encomendado pela ONG Fórum Brasileiro de Segurança Pública [FBSP], aponta, hoje, dados explosivos. 1,6 milhão de mulheres teriam sido espancadas ou sofreram tentativa de estrangulamento no Brasil. Mais: os números são estarrecedores. 22 milhões (37,1%) de brasileiras sofreram um tipo de assédio. Assim como 42% dos casos de violência ocorreram no ambiente doméstico. Pasmem: após sofrer uma violência, mais da metade das mulheres [52%] não denunciou o agressor ou procurou ajuda. O agressor, responsável pela violência contra a mulher, é conhecido em 76% dos casos.
Projeto de Lei de autoria do deputado estadual Gustavo Sebba, sancionado pelo Gabinete Civil e publicado no Diário Oficial do Estado de Goiás, ontem, estabelece a criação de um ‘Índice Para o Monitoramento e Vigilância Contra a Violência às Mulheres’, no Estado. A ideia é garantir transparência e permitir a elaboração de políticas públicas mais eficientes para impedir que a chaga se alastre. Goiás aparece no terceiro lugar no ranking nacional de feminicídios. A morte por questão de gênero. O parlamentar quer a execução do combate à misoginia, ao machismo, à cultura patriarcal, à violência doméstica, com punição aos responsáveis.
– Com o Índice de Violência, Estado, Legislativo, Judiciário, Ministério Público, Sociedade Civil e veículos de comunicação poderão acompanhar a evolução da tragédia e propor saídas.
Explosivo
Gustavo Sebba relata ainda, com exclusividade, ter apresentado ao plenário do Palácio Alfredo Nasser, Projeto de Lei que propõe que as mulheres sejam informadas com antecedência, pelo Executivo, Judiciário e Ministério Público, sobre a soltura ou mudança no quadro carcerário da pessoa responsável pelas agressões a que foi submetida. Para evitar, impedir, a reincidência de crimes de violência contra a mulher, agressões física, verbal e feminicídio, pontua. É uma medida simples que pode contribuir para a redução dos elevados índices que atingem as mulheres no Estado de Goiás, diz. Lugar de mulher é onde ela quiser, afirma Gustavo Sebba.