Médica presa no Hetrin denuncia abuso
A profissional foi detida após questionar ação de policiais civis que interromperam atendimento à paciente
Uma médica denunciou abuso de autoridade após ser presa por questionar policiais civis que exigiram atendimento prioritário para a realização de um exame de corpo de delito no Hospital Estadual de Trindade (Hetrin), em seu plantão na segunda-feira (18). Segundo o relato da profissional, os policiais, acompanhados de um detento, invadiram seu consultório sem serem chamados, interrompendo o atendimento de outro paciente. Ao pedir que aguardassem a vez, um dos policiais reagiu de forma agressiva, ameaçando-a ao colocar a mão no coldre da arma. A médica concluiu o exame por volta das 20h40, mas 20 minutos depois os agentes retornaram, passaram a filmá-la e deram voz de prisão, alegando desacato.
De acordo com a médica, o hospital estava cheio, com cerca de 40 pacientes aguardando atendimento, além de casos graves na emergência. Mesmo assim, os policiais insistiram na prisão, deixando a unidade de saúde sem médico disponível. Já na delegacia, ela teve seu celular apreendido e foi informada sobre a prisão. Durante o depoimento, a médica detalhou os acontecimentos no hospital e foi avisada de que seria liberada após prestar esclarecimentos.
No entanto, ela alegou que uma policial tentou intimidá-la, acusando-a de tirar fotos de forma clandestina, algo que a médica negou. Ela acionou sua advogada e mencionou a intenção de denunciar abuso de autoridade, o que teria gerado mais intimidação por parte da policial. O depoimento foi registrado apenas por volta das 23h, e a médica foi liberada às 23h50. Ela relatou dificuldades para encontrar transporte devido ao horário e à chuva, retornando ao hospital emocionalmente abalada e sem condições de concluir seu plantão.
(A estudante de jornalismo Brenda Magalhães é orientada pelo jornalista Thyago Humberto, editor do Portal Cerrado Notícias)
