O relógio batia treze horas e alguns minutos, era domingo (27 de janeiro de 2019), o céu ameaçava chover na Vila São João, região da Vila Galvão, em Senador Canedo. O dia era de clássico entre Goiás e Vila Nova, os maiores times do Estado. O futebol no Brasil tornou-se uma paixão nacional, há pessoas que fazem muitas coisas na vida para acompanhar seu time num campeonato, não se sabe o motivo do porquê o brasileiro gostar tanto de futebol, sabe-se apenas que é uma paixão exagerada. Vários meninos, e meninas também, têm um sonho e busca este incansavelmente: ser um famoso jogador de futebol de um time tradicional.
O Brasil cuida muito mal de seus jovens, nas escolas a qualidade deixa a desejar, as cidades não têm lazer, não há investimento em prática esportivas e nada que sirva de incetivo aos jovens, para eles poderem ocupar suas mentes nalguma coisa que possa surtir resultado lá na frente. Não há nada. O resultado disso é conhecido país afora.
Voltando à Vila São João, naquela tarde de domingo. Ouve-se alguns sons que assustam tanto quem está na direção deles, quanto quem está distante, porém perto o suficiente para ouvi-los. Eram sons de disparos de arma, os projéteis encontraram um destino: o corpo do jovem Rondinelly Borges, 22 anos. Por vídeos que viralizaram nas rede sociais foi possível ver o sofrimento do jovem numa agonia medonha, deitado no chão e perdendo suas últimas forças. Rondinelly estava partindo, deixando a família e amigos. A saudade ficará eternamente, disse um amigo que falou com o Canedense.
Ninguém merece morrer assim, ninguém merece sofrer como a mãe está sofrendo. A vida é curta, disse uma personagem de “Cem Anos de Solidão”, no caso de Rondinelly a vida foi muito curta, traiçoeira e infausta com ele; porém há quem diga que Deus sabe o que faz, mesmo que seja difícil para muitos aceitarem determinadas decisões. Mas não há outra coisa a não ser aceitar. Que todos, maiormente a mãe, possam superar tal dor e que esta violência cesse o quanto antes.