Cidades

Operação policial fecha clínicas clandestinas de estética em Goiânia e Aparecida

Nesta quinta-feira (20), a Polícia Civil de Goiás, por meio da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Consumidor (Decon), realizou a Operação Beleza Sem B.O, com o objetivo de cumprir dois mandados de prisão preventiva contra as proprietárias de clínicas de estética que realizavam procedimentos invasivos sem autorização legal.

As investigadas são Luana Nadejda Jaime, dona da Clínica Estética Luana Jaime, em Goiânia, e Maria Silvânia Ribeiro da Silva, responsável pela Lunar – Espaço de Estética Corporal, em Aparecida de Goiânia. Segundo as autoridades, ambas são suspeitas de realizar procedimentos estéticos sem qualificação adequada, utilizando documentos falsos para se passarem por enfermeiras especializadas.

Clínicas já haviam sido interditadas

Em 2024, os estabelecimentos foram alvo de fiscalizações da Decon em conjunto com as Vigilâncias Sanitárias. Na ocasião, as clínicas foram interditadas administrativamente, e as investigadas foram ouvidas no inquérito policial por infrações contra as relações de consumo. 

Apesar disso, elas continuaram oferecendo procedimentos estéticos invasivos, divulgando os serviços nas redes sociais de maneira irregular e induzindo consumidores ao erro sobre suas qualificações profissionais.

As investigações revelaram que as suspeitas apresentaram diplomas falsos ao Conselho Regional de Enfermagem (COREN) para obterem o direito de atuar na área. No entanto, seus registros profissionais foram cancelados pelo Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) em novembro de 2024.

Pacientes sofreram complicações graves

Até o momento, há quatro denúncias de lesão corporal contra Luana Jaime, incluindo um caso grave em que um homem, após um procedimento de “preenchimento íntimo”, perdeu a funcionalidade do pênis. A vítima foi encaminhada para o Instituto Médico Legal (IML) para exames periciais.

Maria Silvânia, por sua vez, responde por lesão corporal grave, pois uma de suas pacientes precisou ser internada na UTI e foi entubada após receber uma aplicação de substância injetável na clínica Lunar.

Durante a operação, Maria Silvânia Ribeiro da Silva foi presa preventivamente, enquanto Luana Jaime segue foragida. As investigações indicam que ela fugiu do Brasil e, por isso, está sendo procurada pela Interpol.

A Polícia Civil divulgou as imagens e os nomes das investigadas para incentivar novas vítimas a denunciarem possíveis crimes cometidos pelas clínicas. Qualquer pessoa que tenha sido prejudicada pelos procedimentos irregulares pode procurar a delegacia para prestar depoimento.

A operação continua, e as investigações seguem para apurar se há outras vítimas ou cúmplices envolvidos no esquema.

(A estudante de jornalismo Renata Ferraz é orientada pelo jornalista Thyago Humberto, editor do Portal Cerrado Notícias)

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