Polícia Civil prende réu e comparsas por tentativa de manipular Tribunal do Júri em Goiás
Na manhã desta terça-feira (25), a Polícia Civil de Goiás realizou, a Operação Terceiro Mandamento, destinada a desarticular um esquema de ameaças e manipulações voltado a influenciar o Tribunal do Júri em Bom Jesus de Goiás.
Ao todo, os investigadores cumpriram oito mandados judiciais, sendo três de prisão preventiva e cinco de busca e apreensão. Os alvos integram um grupo suspeito de associação criminosa e coação no curso do processo, crimes que, segundo a corporação, ficaram evidentes diante da atuação organizada e sistemática dos envolvidos.
Tentativa de manipulação do Tribunal do Júri
O caso começou durante os preparativos para o julgamento de um homem acusado de homicídio qualificado, executado com 11 disparos de arma de fogo. Mesmo respondendo em liberdade, o réu teria articulado um plano para interferir diretamente no resultado do julgamento, tentando manipular o comportamento do Conselho de Sentença.
De acordo com as investigações, o grupo obteve ilegalmente a lista sigilosa de jurados, documento exclusivo do Poder Judiciário. Com as informações, os investigados passaram a visitar jurados em suas residências e a contatá-los por meios privados, pressionando-os a votar pela absolvição do réu.
A abordagem causou medo entre os convocados, levando um deles a relatar que temeu pela própria vida. O que a justiça caracteriza como crime de coação no curso do processo.
Diante da gravidade dos relatos, o Poder Judiciário decidiu dissolver o Conselho de Sentença e cancelar a sessão plenária que estava marcada. Durante o cumprimento dos mandados, os policiais localizaram e prenderam o mandante, o próprio réu do homicídio, além de dois executores responsáveis pelas abordagens.
Os investigadores também apreenderam celulares que passarão por perícia para rastrear a origem do vazamento da lista de jurados e identificar possíveis cúmplices. Os três presos estão na Unidade Prisional de Bom Jesus de Goiás, onde permanecem à disposição do Poder Judiciário. A investigação segue em andamento.
(A estudante de jornalismo Renata Ferraz é orientada pelo jornalista Thyago Humberto, editor do Portal Cerrado Noticias)






