A Polícia Federal concluiu que a delação de Antonio Palocci, vazada por Sérgio Moro às vésperas das eleições de 2018, foram inventadas por Palocci com base “em pesquisas de internet e notícias de jornais”. Essa é a conclusão do delegado Marcelo Daher, da Polícia Federal, em documento enviado na semana passada ao Ministério Público Federal divulgado neste domingo (16 de agosto) pela colunista da Folha de SP Mônica Bergamo.
As mensagens divulgadas pelo The Intercepet Brasil — que ficaram conhecidas como Vaza Jato — provam que o próprio Sergio Moro teria dito aos procuradores da Lava Jato que achava a delação de Palocci fraca. Porém mesmo assim, o então juiz resolveu vazar a delação faltando uma semana da eleição. Como se sabe, Jair Bolsonaro vence a eleição, e Moro se torna ministro da Justiça de Bolsonaro.
Esta delação tratava de uma suposta tentativa de petistas e banqueiros de “operar o Banco Central para beneficiar empresários em troca de propina”. No entanto, a PF concluiu que esse episódio, narrado por Palocci, nunca aconteceu.
Para Palocci, o repasse dessa informação privilegiada teria feito a fortuna do fundo Bintang, administrado pelo BTG e cujo gestor é Marcelo Augusto Lustosa de Souza. Mas quando foi questionado para provar sua delação, Palocci, no entanto, disse que construiu essa tese baseado em pesquisas de internet e notícias veiculadas pela imprensa.
Ainda de acordo com a Polícia Federal, os fatos narrados por Palocci foram desmentidos por todas as testemunhas e declarantes, inclusive por outros colaboradores da Justiça.
