PM que matou Robertinho e fugiu para EUA é expulso da PM de Goiás
Terceiro sargento da PM de Goiás, Paulo Antônio de Souza Júnior, de 42 anos, foi expulso da corporação em um despacho publicado no Diário Oficial do Estado na quarta-feira 18.
A decisão ocorre 10 meses após a fuga do policial do presídio militar, onde cumpria pena pela morte do estudante de 16 anos Roberto Campos da Silva, conhecido como Robertinho.
O militar fugiu do presídio em 21 de outubro ao usar uma viatura do Comando de Missões Especiais (CME), onde estava escalado para trabalhar na limpeza como parte de um programa de remição de pena. Os agentes só perceberam que o sargento havia fugido quando ele não voltou para o presídio após o expediente.
Preso nos Estados Unidos
Desde julho deste ano, o agora ex-PM segue preso nos EUA e aguarda extradição para responder por mais um homicídio em júri popular. De acordo com a PM, a extradição é tratada pelo escritório da Polícia de Imigração e Alfândega do Departamento de Segurança Interna dos EUA, em parceria com a Polícia Federal brasileira.
O despacho que culminou na expulsão de Paulo Antônio foi assinado pelo comandante da PM-GO, coronel Marcelo Granja. O documento ressalta que a exclusão se deu após um processo administrativo que constatou que o sargento “feriu os preceitos éticos e morais que regem o militarismo”. Ele foi considerado culpado por não agir com dignidade e por desrespeitar os princípios da disciplina e do decoro militar.
Paulo Antônio foi condenado em maio de 2023 pela morte de Robertinho, que ocorreu em abril de 2017. Na ocasião, ele e outros dois policiais invadiram a casa onde o adolescente estava com o pai, no Residencial Vale do Araguaia, em Goiânia. Robertinho foi atingido por 11 disparos e seu pai sobreviveu a cinco. O sargento recebeu uma pena total de 21 anos e quatro meses em regime fechado.
Tentativa de triplo homicídio
O ex-policial militar também é acusado de outro caso envolvendo uma tripla tentativa de homicídio. Ele teria tentado matar um agente da Polícia Rodoviária Federal e sua família em agosto de 2018. O júri para este caso está marcado para o dia 25 de setembro, mas pode ser adiado devido à burocracia relacionada à extradição.