Policial desertou ao deixar cargo para ir a reality da Record, diz PM
O soldado Fellipe Villas, que participa do reality show A Grande Conquista, da TV Record, está cometendo o crime de deserção ao abandonar o cargo para participar do programa, segundo a Polícia Militar do Espírito Santo.
O militar deveria ter se apresentado para o serviço da corporação em maio, mas continuou no reality show. O policial não justificou sua ausência à Polícia Militar e, por isso, encontra-se em estado flagrante do crime de deserção, previsto no Código Penal Militar.
Soldado decidiu participar do programa mesmo sem autorização da PM. O soldado requisitou licença em março, mas o comando-geral negou o pedido de afastamento e de participação no reality. A corporação explicou que “por [Fellipe] ter menos de dez anos de serviço, não houve amparo legal para que tivesse a dispensa concedida pela administração pública.” Fellipe decidiu fazer parte do elenco do programa mesmo recebendo a negativa.
Policial pediu férias para entrar no reality. Fellipe entrou de férias no dia 15 de abril, uma semana antes da estreia do programa. O militar deveria ter retornado ao trabalho após um mês, em 15 de maio, mas não compareceu.
Após o período de férias, a polícia recebeu um laudo psiquiátrico que dispensava o militar. O documento indicava que Fellipe estaria afastado por 90 dias a partir de 15 de abril, o primeiro dia de férias. Após os 30 primeiros dias de afastamento, o policial é convocado pela Junta Militar de Saúde para avaliação da sua condição mental, conforme determina a legislação. Porém, o soldado não foi à inspeção de saúde e não justificou a ausência.
Polícia Militar suspendeu o pagamento de salário do soldado em junho. Fellipe recebeu a remuneração durante o período de férias, mas os pagamentos foram suspensos após a incidência no crime de deserção.
Os dados do Portal da Transparência apontam que Fellipe recebeu seus rendimentos em junho, mas a PM alega que “as informações são inseridas pelo fato de ter sido gerado o contracheque, contudo foi solicitado ao banco o bloqueio do pagamento, e o valor foi devolvido ao Estado”.