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Prefeitura de Goiânia defende continuidade do aterro sanitário e nega risco de colapso

Prefeito afirma que estrutura é segura e apresenta plano para modernização do local

A Prefeitura de Goiânia voltou a defender, nesta sexta-feira (27), a continuidade da operação do Aterro Sanitário da capital. Durante entrevista coletiva no Paço Municipal, o prefeito Sandro Mabel apresentou uma série de relatórios técnicos que, segundo ele, comprovam a viabilidade e segurança da estrutura.

A manifestação acontece após um documento da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) apontar riscos e recomendar o encerramento das atividades do aterro em até dois meses.

Mabel destacou que o relatório mais recente do Instituto de Planejamento e Gestão de Cidades (IPGC), divulgado em junho, classificou o aterro como “parcialmente adequado”, com nota 7,5, e em condições de continuar operando. O prefeito também citou vistoria da Controladoria-Geral da União (CGU), feita em maio, que elogiou a estrutura e a equipe técnica do local. “Encerrar as atividades significa abandonar o local e aumentar os riscos ambientais. Nossa meta é transformá-lo em um dos mais modernos do Brasil nos próximos dois anos”, declarou.

Investimentos e modernização

Entre as ações previstas, estão a instalação de uma estação definitiva de tratamento de chorume, a geração de energia a partir do biogás, e a desmineralização da água tratada para uso industrial. O plano inclui ainda a criação de uma Central de Tratamento de Resíduos (CTR), que ampliará a capacidade do local e permitirá o processamento mais sustentável dos resíduos.

De acordo com o prefeito, a estrutura municipal é mais econômica do que a terceirização para aterros privados. “Hoje tratamos o lixo por cerca de R$ 40 por tonelada. A alternativa custaria até R$ 170. Não vamos aceitar que pressionem Goiânia a fechar o aterro para beneficiar interesses privados”, completou.

A presidente da Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma), Zilma Peixoto, também contestou os apontamentos da Semad. Segundo ela, o relatório estadual carece de base técnica e apresenta falhas graves. “Dos 34 itens mencionados, 20 não têm estudos, cálculos ou qualquer dado técnico que comprove os riscos apresentados”, criticou.

Semad nega licença e prefeitura cobra transparência

Zilma acrescentou que, apesar dos esforços da gestão municipal para regularizar o aterro, o Estado se recusa a emitir a licença corretiva. “O prefeito se reuniu com o Ministério Público, apresentou as condicionantes já cumpridas e os prazos das pendências. Mesmo assim, a Semad negou o pedido e exigiu o encerramento em dois meses, o que é inviável”, afirmou.

Ela também destacou que, ao contrário do que foi afirmado, há um engenheiro técnico no local e que a própria CGU reconheceu a atuação do profissional durante vistoria recente. “Queremos mais transparência no processo e acesso ao relatório completo da Semad para apresentar todas as contrapartidas”, declarou.

A prefeitura já iniciou obras de adequação no local e reforçou a frota com 12 novos maquinários, incluindo tratores, escavadeiras, pás carregadeiras e caminhões basculantes. Técnicos realizam cobertura diária dos resíduos, correção dos taludes e controle do chorume e do biogás. Uma licitação está em andamento para contratação de monitoramento ambiental e geotécnico, além de implantação da nova estação de tratamento.

A gestão municipal reitera que está aberta ao diálogo com o Ministério Público e com os órgãos ambientais, mas que precisa de tempo e condições técnicas para realizar as mudanças necessárias. 

(A estudante de jornalismo Renata Ferraz é orientada pelo jornalista Thyago Humberto, editor do Portal Cerrado Notícias)

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