Cidades

Prefeitura trabalha para melhorar fluxo de informações aos pacientes e segurança nas unidades de saúde de Goiânia

Entre dezembro de 2020 e dezembro de 2021, as agressões nas unidades da capital cresceram 33,3%. A demanda por atendimentos também subiu muito, saltando de 30 mil, entre novembro e dezembro de 2021, para 82 mil somente em janeiro de 2022

Com o avanço da pandemia de Covid-19 e os surtos de Dengue e Influenza coincidentes, o sistema de saúde público e privado enfrenta dias difíceis, inclusive com o adoecimento dos profissionais da área neste início de 2022. Para fazer frente à situação, além da descentralização da vacinação e das testagens ampliadas, entre outras medidas, a Prefeitura de Goiânia escalou mais de 200 novos profissionais para reforçar o atendimento na rede municipal em janeiro.

Nesta quinta-feira (27/1) equipes da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e da Guarda Civil Metropolitana de Goiânia (GCM) se reuniram para encontrar caminhos para garantir a segurança de profissionais e das unidades de Saúde e melhorar o fluxo de informações nas unidades para tranquilizar a população. O encontro aconteceu no 6º andar do Paço Municipal, no Park Lozandes, e foi o quarto realizado pelas pastas na atual gestão com a participação da Secretaria de Comunicação.

Os dados apontam um grande aumento de demanda por atendimentos nas unidades do município. De novembro para dezembro de 2021, quando foram realizados 30 mil atendimentos, houve um salto para 82 mil, somente neste mês de janeiro. A informação foi repassada pelo diretor de Atenção Secundária e Emergência da SMS, Saulo Fernandes de Barros.

Aflita com as doenças, a ansiedade da população por atendimento se reflete no agravamento dos casos de violência nas unidades. De acordo com os dados da GCM, entre dezembro de 2020 e dezembro de 2021, houve um aumento de 33% nas agressões aos profissionais de Saúde nas unidades. E enquanto foram registradas 14 agressões ou vias de fato ao longo de todo o ano de 2021, sendo quatro ameaças e dois desacatos a autoridade, apenas em janeiro deste ano (até dia 25) já foram notificadas quatro agressões a profissionais em unidades da capital.

Ainda segundo o levantamento, os Centros de Atenção Integrada à Saude (Cais) Cândida de Morais, Campinas, Vila Nova, Finsocial, Bairro Goiá e Amendoeiras foram os que mais registraram agressões nos últimos anos. A região Noroeste lidera a lista de unidades com o maior número de agressões, seguida por Central, Leste, Oeste, Sudoeste, Norte e Sul.

O levantamento mostra que o maior número de agressões acontece entre quarta e domingo, sendo o sábado o dia com recorde de registros. Já quantos aos horários, os dados revelam que as agressões acontecem principalmente entre 21h e 24h, sendo o horário das 9h às 12h também responsável por grande parte dos registros.

Os servidores das unidades básicas de saúde aproveitaram a reunião para relatar as agressões físicas e verbais diárias. Todos apresentaram ideias de como a relação com os pacientes pode ser melhorada. Para isso, um protocolo de condutas deverá ser feito por equipes de ambas as pastas e disponibilizado a todos.

De acordo com o assessor de Coordenação do Gabinete de Gestao Integrada do Município (GGIM), Wagner Wesley Beltrão Costa, o próximo encontro será com os diretores dos distritos para redação do protocolo. “Faremos o documento, que será entregue aos gestores de todas as unidades. Com isso, esperamos combater agressões, minimizando casos”, declara.

A superintendente de Gestão de Redes de Atenção da SMS, Cynara Matias, reforçou a importância do protocolo. “Foi um novo encontro muito produtivo. O Plano tem como meta proteger profissionais e usuários. Passa por acolhimento e treinamento, pois tão importante quanto a presença da Guarda nas unidades é essa preparação. A GCM tem propriedade para fazer esse treinamento”, afirma.

Márcia Abreu, da Diretoria de Redação

Foto: Jackson Rodrigues

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