Política

Proibição de estacionamentos em Goiânia: Vereadora Kátia defende suspensão das medidas

Nesta terça-feira (18), a vereadora Kátia (PT) realizou uma audiência pública para discutir as alterações no trânsito de Goiânia, promovidas pela Prefeitura. O ponto de discussão foi a proibição de estacionamentos em importantes avenidas da cidade, como Jamel Cecílio, 136, 24 de Outubro, Independência e Mangalô, com a proposta de criar uma terceira faixa de circulação de veículos e faixas exclusivas para ônibus. Diante das queixas de lojistas e entidades do comércio, a parlamentar defendeu a suspensão imediata dessas medidas até que haja um debate mais amplo com a sociedade.

Kátia destacou que o atual Plano de Mobilidade não parece ter a devida clareza e compromisso da Prefeitura, e defendeu uma discussão mais aprofundada sobre o impacto das medidas. “Precisamos fazer um debate sério sobre esse Plano de Mobilidade, mas parece que nem a própria Prefeitura tem uma posição firmada sobre o que está sendo implantado na cidade”, afirmou a vereadora.

A audiência contou com a presença de representantes de diversos setores, como o presidente do Sindilojas-GO, professores da UFG e IFG, o presidente do CREA, a CMTC, a OAB, além de comerciantes locais. Contudo, o secretário de Engenharia de Trânsito, Tarcísio Abreu, que estava presente por menos de dez minutos, deixou o evento após justificar outros compromissos, deixando o chefe de gabinete, Ciro Meirelles, para representá-lo.

Kátia criticou a falta de diálogo da Prefeitura com os cidadãos e alertou que as decisões sobre a mobilidade urbana devem considerar todos os segmentos impactados. “Quando vamos discutir a mobilidade da cidade, temos que ouvir os lojistas, motoristas, pedestres, usuários do transporte público, ciclistas e especialistas em trânsito. Esse método da Prefeitura é autoritário, pois não há diálogo com ninguém”, ressaltou a parlamentar.

Ela também apontou que nem os próprios vereadores foram consultados antes da implementação das mudanças, o que, segundo ela, impede um debate adequado na Câmara. “A sociedade não foi ouvida, e dar espaço em uma audiência pública para que diferentes segmentos da sociedade se manifestem deveria ser uma prática natural”, afirmou Kátia.

Em relação aos impactos econômicos, a vereadora apontou a eliminação dos estacionamentos como um dos principais problemas do plano da Prefeitura, ressaltando que isso afeta diretamente o comércio e os trabalhadores da região. “A falta de alternativas para os lojistas e a ausência de discussões sobre o impacto das mudanças são preocupantes. Já vimos o resultado disso na Avenida T-63, onde uma medida semelhante foi tomada há 10 anos e causou prejuízos ao comércio local”, disse.

O presidente do Sindilojas-GO, Cristiano Caixeta, reforçou a preocupação dos comerciantes, destacando que a proibição de estacionamentos pode levar ao fechamento de lojas e demissões, além de afastar os clientes. “Essa medida pode afetar a viabilidade dos comércios e até mesmo causar a falência de estabelecimentos, como já aconteceu em outros locais”, alertou.

Por outro lado, o secretário Tarcísio Abreu justificou a implantação da terceira faixa afirmando que a cidade enfrenta um problema de trânsito grave, com a velocidade média de 12 a 13 km/h. Segundo ele, a medida faz parte do “Programa de Desobstrução das Vias Arteriais”, com o objetivo de melhorar a fluidez no trânsito, mas reconheceu que algumas mudanças podem não agradar a todos.

Apesar da breve participação do secretário, Kátia expressou otimismo com a mobilização popular gerada pela audiência. “Acredito que a pressão da população e o número significativo de participantes nessa audiência farão com que a Prefeitura repense algumas das ações”, afirmou.

Finalizando seu posicionamento, a vereadora fez um apelo à Prefeitura, sugerindo que as medidas sejam suspensas de imediato e que um Grupo de Trabalho seja formado, envolvendo representantes empresariais, especialistas e a população, para que se chegue a uma solução mais adequada para todos os setores da cidade. “É fundamental que a Prefeitura dialogue com a sociedade antes de implementar mudanças que afetam tanto a vida dos cidadãos”, concluiu Kátia.

(A estudante de jornalismo Renata Ferraz é orientada pelo jornalista Thyago Humberto, editor do Portal Cerrado Notícias)

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