Promotor requer que PC instaure inquérito sobre supostas assinaturas falsas com denúncias de maus-tratos a presos
O promotor de Justiça Fernando Aurvalle da Silva Krebs, em substituição na 25ª Promotoria de Justiça de Goiânia, solicitou ao delegado-geral da Polícia Civil que seja instaurado um inquérito policial para apurar a origem de possíveis assinaturas falsas em um abaixo-assinado, datado de 9 de dezembro de 2021, apresentado pela Pastoral Carcerária com denúncias de maus-tratos e torturas no sistema prisional de Goiás.
O ofício enviado por Krebs é embasado em laudo da perícia criminal de exame grafoscópico, solicitado por ele ao Instituto de Criminalística Leonardo Rodrigues, da Superintendência da Polícia Técnico-Científica da Secretaria de Estado da Segurança Pública. A perícia concluiu que há indícios de adulteração das grafias em pelo menos 49 nomes presentes no documento, supostamente assinado por 125 reeducandos.
O laudo pericial, que foi produzido a partir do resultado de exames realizados a olho nu, lupa e microscópio com câmera digital, apontou que as quase 50 assinaturas foram produzidas por um único punho. Conforme o documento, as demais foram inseridas em 9 grupos de assinaturas com características convergentes entre si. Isso deve ajudar a identificar quem são os autores do suposto delito, já que os confrontos grafoscópicos realizados não foram capazes de tal identificação.
Os exames comparativos levaram em conta não só elementos gerais, mas também elementos genéticos da escrita. Outro ponto destacado no trabalho dos peritos é que, em algumas assinaturas, há erro de grafia, o que seria pouco comum, já que a assinatura pessoal é o grafismo mais repetido pelas pessoas durante a vida. Isso, segundo o laudo, vem reforçar as suspeitas de fraude.