Nesta segunda-feira (10 e agosto) o Brasil ficou sabendo da conclusão do inquérito da Polícia Civil de Goiás que mostra a inocência de Reginaldo Lima Santos, padrasto do pequeno Danilo, de 7 anos, assassinado no Parque Santa Rita, em Goiânia. O crime chocou Goiás, e parte da imprensa, claro, não podia deixar de fazer do caso aquele sensacionalismo que lhe é peculiar.
A maneira que o caso foi tratado, repito, por parte da imprensa, resultou num linchamento moral contra Reginaldo. Graças à cobertura atabalhoada da mídia, as pessoas resolveram julgar Reginaldo, sobretudo, nas redes sociais e até nas ruas mesmo. Berrando ódio, todos queriam a eliminação do padrasto de Danilo, já julgado nas redes sociais e que merecia, portanto, ser deletado pelo mal que teria feito. “Ele tem que levar o que merece na cadeia, deixa ele chegar lá, esse assassino!”, disse um internauta.
A maioria dos comentários, confesso que não vi nenhum diferente, era em apologia à morte de Reginaldo. Eis que de supetão todos viraram peritos experientes e, logo, concluíram que Reginaldo era o assassino. Enquanto tudo isso ocorria, o homem, inocente, estava preso, desde o dia 31 de julho. E, ora veja você, ele continuava preso mesmo após os delegado do caso terem dito que ele era… inocente. Fez-se uma estrutura descomunal para dar entrevistas, capas de jornais, etc., e enquanto isso o sujeito estava lá esquecido e preso. Como falamos cá em Goiás: tem base? Tal fato é vergonhoso e inacreditável.
Há um sem-número de casos semelhantes Brasil afora e a mídia não aprende nunca. Em busca da audiência, vale tudo, até assassinar reputações alheias. Com isso, as vozes das redes sociais acabam sendo incentivadas a fazerem o mesmo, muitas vezes fazem pior.
Reginaldo é inocente, mas agora não adianta, ele já foi julgado por parte da mídia e parte da sociedade. Ficou preso (e ainda está até que um alvará de soltura seja expedido, dá pra acreditar nisso?), ficou preso e essa abreviatura de sua liberdade não terá como ser revertida, isso ele não consegue recuperar nunca mais.
Parte da mídia e da sociedade não precisa pedir perdão a Reginaldo pelo julgamento apressado e cheio de ódio, na verdade essas pessoas precisam pedir perdão a elas mesmas, por fazerem esse mal à própria sociedade.
