PGR pede condenação de Bolsonaro por tentativa de golpe

A Procuradoria-Geral da República (PGR) formalizou nesta segunda-feira (14) o pedido de condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete réus por organizar uma tentativa de golpe contra a democracia. Em alegações finais de 517 páginas, o procurador-geral Paulo Gonet apresentou ao STF provas que vinculam o grupo a um plano sistemático, iniciado em 2021, para subverter a ordem constitucional. Entre as evidências, destacam-se documentos apreendidos, como a “minuta do golpe”. Além de registros de reuniões no Palácio da Alvorada onde Bolsonaro propôs medidas de exceção após sua derrota eleitoral.
As investigações revelaram que o núcleo articulador, composto por ex-ministros e militares, usou órgãos públicos como a Abin e a PRF para monitorar adversários e dificultar votos em redutos de Lula. Além disso, o próprio Bolsonaro admitiu em interrogatório que buscou “alternativas” para contornar decisões do TSE. Segundo a PGR, o grupo agiu de forma coordenada, documentando cada etapa do plano, o que afasta alegações de suposições frágeis.
A conexão do golpe com os ataques de 8 de janeiro
A ação penal também aponta o envolvimento indireto do ex-presidente nos ataques de 8 de janeiro, já que manifestantes reproduziram seu discurso de fraude eleitoral. O documento cita ainda o plano “Punhal Verde e Amarelo”, impresso na Alvorada, que previa neutralizar autoridades, embora não executado por falta de apoio militar. Gonet ressaltou que as provas colhidas, incluindo mensagens e depoimentos, comprovam a intenção de romper a democracia.
Por fim, a PGR rejeitou benefícios amplos à delação de Mauro Cid, classificada como superficial, mas manteve a tese de organização criminosa estável. O caso agora aguarda análise do ministro Alexandre de Moraes, com base nas provas que ligam os réus à tentativa de golpe. O golpe permeia as acusações, reforçada por documentos e testemunhos que detalham a articulação antidemocrática.
(O estudante de jornalismo Silmar Jacinto é orientado pelo jornalista Thyago Humberto, editor do Portal Cerrado Notícias)