O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello atendeu ao pedido da procuradoria-geral da República (PGR) e autorizou nesta segunda-feira (27 de abril) a abertura de um inquérito para investigar o presidente Jair Bolsonaro depois de acusações feitas pelo então ministro da Justiça Sergio Moro.
No dia 24 de abril, em coletiva de imprensa, no dia do anúncio de sua demissão, Sergio Moro acusou o presidente Bolsonaro de tentar interferir politicamente na Polícia Federal e ter acesso às investigações sigilosas do órgão. Moro afirmou também que não havia autorizado a sua assinatura no documento que apresentava a exoneração do então diretor-geral da Polícia Federal Maurício Valeixo.
A finalidade do inquérito é apurar se o presidente Bolsonaro cometeu os crimes de falsidade ideológica, coação no curso do processo, advocacia administrativa, prevaricação, obstrução de justiça, corrupção passiva privilegiada, denunciação caluniosa e crime contra a honra. No documento, Celso de Mello determinou que a investigação seja conduzida pelos próximos 60 dias. O ministro determina também que Sergio Moro seja ouvido pela Polícia Federal.
O ministro Celso de Mello é considerado o mais rígido em relação às ações que envolvem o presidente Jair Bolsonaro. O ministro também é o relator de outra ação do STF que pede à Câmara Federal análise do pedido de impeachment de Bolsonaro. Analistas dizem que o ministro Celso preocupa o Planalto pelo pulso firme e técnico dele.
