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STF mira financiadores de atos golpistas do 8 de janeiro

Financiadores e responsáveis por bloqueios de rodovias são alvos de ações penais

Dois anos após os atos golpistas de 8 de janeiro, o Supremo Tribunal Federal (STF) avança nos processos contra os responsáveis por financiar e organizar o transporte de manifestantes até Brasília. Até o momento, 371 condenações foram realizadas, focando nos executores e incitadores dos ataques. A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou 63 pessoas por arcar com os custos de passagens, combustível ou fretamento de ônibus para os envolvidos. As investigações, com base em dados da ANTT e mensagens trocadas entre os suspeitos, indicam que muitos financiadores também participaram de acampamentos pró-intervenção militar.

Entre os acusados está Aparecida Solange Zanini, que contratou um ônibus para levar 29 pessoas de Três Lagoas (MS) a Brasília. Em mensagens, ela incitou violência e admitiu ter participado dos atos, embora sua defesa alegue que ela planejou uma manifestação pacífica. Outro investigado, Milton de Oliveira Júnior, radialista de Itapetininga (SP), declarou publicamente ter financiado manifestantes, alegando apoio a “patriotas”. A PGR, no entanto, reuniu evidências de planejamento para ações violentas, como coletes balísticos encontrados em um ônibus vistoriado pela PRF.

Além dos financiadores, o STF também julga ações penais relacionadas aos bloqueios de rodovias ocorridos após as eleições de 2022, considerados uma “prévia” dos atos de janeiro. Em Santa Catarina, obstruções na BR-470 e BR-101 foram organizadas com o uso de postes e carros de som, além de faixas pedindo intervenção militar. Jonas Strelow, caminhoneiro apontado como líder do movimento, afirmou ter sido “enganado” e nega ligação com os atos golpistas. A PGR, entretanto, segue apontando o planejamento deliberado para a desestabilização democrática.

(A estudante de jornalismo Brenda Magalhães é orientada pelo jornalista Thyago Humberto, editor do Portal Cerrado Notícias)

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