Cidades

Delegado é denunciado pelo MP suspeito de estuprar miss trans e dirigir bêbado

O Ministério Público (MPGO) ofereceu denúncia contra o delegado Kleyton Manoel Dias suspeito de estuprar a modelo e miss trans Jade Fernandes, de 23 anos, após oferecer carona para ela ao saírem de uma festa, em Goiânia.

O policial também foi acusado de crime de trânsito por ter dirigido bêbado o carro em que estava com a vítima. O documento da denúncia foi obtido com exclusividade pela TV Anhanguera.

Quando Kleyton começou a ser investigado, no início de janeiro, publicou uma nota repudiando as acusações e disse que se colocava à disposição das autoridades na investigação do caso e disse que iria provar sua inocência.

O crime teria acontecido na madrugada de cinco de janeiro. Jade conheceu o delegado durante uma festa de aniversário de um conhecido em comum. Ao findar da festa, o delegado ofereceu uma carona à jovem até à casa dela, mas durante o trajeto teria abusado dela.

A denúncia acusa Kleyton de estupro por “constranger, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal”, conforme o artigo 213 do Código Penal, cuja pena é de 6 a 10 anos de prisão. Isso porque, um exame pericial confirma que Jade passou por uma relação sexual violenta, que teria causado profunda lesão e sangramento.

O documento, inclusive, menciona que “em razão da força com que o ato foi praticado e da dor que sentiu, a vítima desfaleceu no assoalho do veículo e ali permaneceu até chegar em sua residência, tendo descido do carro completamente nua, sangrando e segurando alguns objetos seus”.

Além disso, os promotores também acusam o delegado de dirigir bêbado, crime previsto no artigo 306 do Código de Trânsito Brasileiro. A pena é de 6 meses a 3 anos de prisão, multa e até suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir.

Na denúncia, os promotores destacam que Kleyton, “de forma consciente e voluntária, ciente da ilicitude e da reprovabilidade de sua conduta” conduziu o veículo com sua capacidade psicomotora alterada pelo álcool”.

O caso agora aguarda o parecer da Justiça, que deve acolher ou não a denúncia do Ministério Público.

Indenização

Na denúncia enviada à Justiça, os promotores pedem que o juiz determine que o delegado indenize a vítima em 500 salários mínimos, o equivalente a R$ 70,6 mil, para reparar o sofrimento emocional e psicológico dela.

Apesar de entenderem que a indenização tem caráter repressivo e pedagógico, o texto reforça que “os danos psicológicos para quem sofre violência sexual são incalculáveis e deixam sequelas incuráveis e irreversíveis que perduram por toda a vida”.

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